BRASILEIRA SUPERA DRAMA PESSOAL E CRIA NEGÓCIO DE SUCESSO NA ITÁLIA

Nascida em Recife (PE), Liliam se mudou ainda bebê, junto com a mãe, para Queimados (RJ). Quando tinha um ano e meio, voltou para sua cidade natal e foi morar com a avó paterna. Aos seis anos, foi deixada os cuidados de um tio paterno. “Na casa dele, eu sofri abuso sexual até os 11 anos. E preferi fugir”, afirma.
Ao sair da casa do tio e não ter para onde ir, Liliam morou por alguns meses nas ruas da capital pernambucana. Anos depois, chegou a viver como prostituta em Fortaleza. “Dois anos depois, fui traficada para Dusseldorf, na Alemanha. Vivia de luxo e tinha clientes ricos. Mas não gostava e vivia drogada”, diz.
Aos 17 anos, conheceu uma família de voluntários, que decidiu ajudá-la e começou, mesmo que timidamente, a se dedicar à cozinha. “Fazia empadas e coxinhas, mas não profissionalmente. Creio que o samba e a culinária estão no sangue de todos os brasileiros.”
Já na Itália, Liliam se casou e passou a fazer quitutes brasileiros informalmente. Um dia, uma brasileira descobriu Liliam e pagou para que ela fizesse um jantar típico para ela e alguns amigos. “Foi a partir desse dia que minha carreira começou”, diz a pernambucana.
Conforme o tempo foi passando, Liliam focou mais na produção de bolos e doces, mas sem deixar de lado salgados, doces típicos e marmitas brasileiros.
Em junho de 2013, abriu sua loja própria, mas os altos custos a fizeram voltar a ter uma produção caseira. “Na verdade, ficar em casa me fez ter menos custos, o que está sendo ótimo para mim”, diz.
Além da comida, Liliam dá palestras motivacionais em escolas e colégios italianos e cursos de culinária. No total, Liliam fatura 360 mil euros por ano (R$ 1,45 milhão) com seu trabalho.
Quando perguntada sobre seus planos para o futuro, a pernambucana afirma que quer empreender no Brasil. Diz que sentiu raiva do país por muito tempo, por não ter tido chance de se reerguer por aqui, mas que voltou a nutrir carinho pela terra natal ao reencontrar com a mãe, no ano passado, após 30 anos. “Queria dar palestras, cursos e abrir um negócio no Brasil. Meu desejo é fazer algo pelo país.”
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